Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Restaurantes e Bares da Baixada Santista e Vale do Ribeira - CNPJ 58.208.463/0001-23

Fundado em 23/03/1933

Filiado a:

Trabalho informal de Temer prejudica recuperação da economia

“A Lei Trabalhista de Temer é um desastre para o mercado de trabalho, para a economia e para a vida dos trabalhadores”, diz Vagner, que pergunta: sem carteira e com salário baixo, quem vai consumir?

fonte: CUT

systemuploadsnews7d98709adf5b66b1802-700x460xfit-87bb8

A reforma Trabalhista do golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) foi aprovada com a promessa de que seria a grande solução para recuperar o mercado de trabalho e aquecer a economia.

Ao contrário do prometido, quatro meses após a Lei de Temer entrar em vigor, o país registra aumento recorde de desemprego e de vagas informais, sem registro e com salário baixo. Inseguras com os novos postos de trabalho, as famílias não voltaram a consumir, o que compromete a retomada do crescimento econômico.

Essa avaliação foi constatada no estudo da consultoria de Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central, que busca entender por que projeções de consumo feitas por especialistas do mercado e do governo vinham negligenciando o efeito do trabalho informal na economia.

“A propensão a consumir de um empregado formal, que tem mais segurança e acesso ao crédito, é maior do que a de um informal”, disse Marcelo Gazzano, economista da consultoria AC Pastore, em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada nesta segunda-feira (26).

O presidente da CUT, Vagner Freitas, lembra que a Central alertou, desde que Temer encaminhou o Projeto de Lei propondo a reforma Trabalhista, que não era tirando direitos da classe trabalhadora que os golpistas iriam tirar o Brasil da profunda recessão econômica em que estava e da qual ainda não saiu totalmente.

“A gente falava que os trabalhadores e trabalhadoras, além de perder direitos, perderiam também a segurança em consumir, pois a renda média dos informais é a metade da renda dos trabalhadores formais, como a pesquisa constatou”, diz Vagner.

Ele usa como exemplo as exigências feitas pelas lojas de crediário na compra de qualquer produto, cuja comprovação da renda é obrigatória e o trabalhador informal não consegue mais comprovar renda, pois não tem trabalho fixo, não consegue abrir conta em banco. “Isso trava a economia, pois a fábrica deixa de produzir, o transportador para de entregar a mercadoria e o efeito em cadeia está produzido”, explica.

A Lei de Temer é um desastre para o mercado de trabalho, para a economia e para a vida dos trabalhadores

– Vagner Freitas

Em 2017, foram criadas 1,8 milhão de vagas informais de trabalho. No mesmo período, 685 mil trabalhadores e trabalhadoras perderam emprego formal, com carteira assinada, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em fevereiro de 2018, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, o número de informais não parou de aumentar: foram criados 3.067 postos de trabalho parcial e outros 2.091 novos empregos com contrato intermitente, aquele que paga por hora trabalhada e não há garantia de jornada ou remuneração mínima por mês.

A secretária de Relações do Trabalho da CUT, Graça Costa, diz que Temer, além de errar na avaliação sobre o impacto que a sua lei teria na economia, ignorou completamente o impacto da retirada de direitos na vida do trabalhador.

Será que ele e sua equipe econômica não sabiam que, em condições cada vez mais precárias, instáveis e inseguras, o trabalhador pararia de consumir tudo que não seja essencial e que isso afetaria a retomada do crescimento?

– Graça Costa

Para Adriana Marcolino, técnica da subseção do Dieese da CUT, esse modelo que o governo golpista e ilegítimo apresentou como solução não poderia gerar crescimento econômico, pois desconsidera completamente o mercado interno. “Eles estão vendo os resultados agora do que nós falamos desde o início. Denunciamos que não haveria uma retomada robusta da economia e que, pelo contrário, esse modelo ampliaria a desigualdade”.

Segundo Adriana, não há como ter uma recuperação da economia se as famílias ganharem menos e a renda for instável.

O que gera crescimento econômico é emprego formal, com direitos garantidos. O trabalhador precisa de estabilidade e garantias, senão o que ocorre é o esperado: se as famílias não têm dinheiro e nem segurança, elas param de consumir

– Adriana Marcolino

O presidente da CUT ressalta que o modelo econômico baseado no consumo, adotado pelos ex-presidentes Lula e Dilma, não está esgotado e a atual crise econômica que se arrasta há anos comprova isso.

“Somente nos oito anos do governo Lula, foram gerados 14,7 milhões de novas vagas formais, o que aqueceu a economia, o mercado interno e possibilitou o crescimento do PIB. Com Dilma, o Brasil atingiu a menor taxa de desemprego (4,30%). E tudo isso sem mexer uma vírgula nos direitos trabalhistas”, destaca Vagner.

systemuploadsckcut-brasilvariac3a-600x338xfit-c52ba

Segundo ele, saímos de uma situação de pleno emprego nos governos Lula e Dilma para uma taxa de desemprego de 12,7% com Temer. “São milhões de pais e mães de família sem emprego, sem renda, em uma situação completamente delicada”, ressalta Vagner.

O Brasil com Temer, segundo dados do IBGE, tem 12,3 milhões de desempregados, 26,4 milhões de subempregados e 4,4 milhões que desistiram de buscar trabalho.

Compartilhe

Share on facebook
Share on whatsapp
Share on twitter
Share on linkedin
Share on pinterest
Share on email
Share on print
WeCreativez WhatsApp Support
Envie sua mensagem
Olá, como podemos ajudar?