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Juarez Guimarães: será o 1º de Maio mais importante da classe trabalhadora

“A libertação de Lula só será possível se a campanha atingir um patamar incontornável de resistência à repressão”, disse, em referência à mobilização em torno da liberdade do ex-presidente

Fonte: CUT

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A importância da figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para os direitos dos trabalhadores e contra o avanço dos ataques do neoliberalismo, ganhou dimensões globais. A avaliação é do cientista político Juarez Guimarães, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Segundo ele, o aprisionamento político do maior líder popular da história do Brasil causa apreensão em todo o mundo e dá às manifestações próximo 1º de Maio, Dia do Trabalho, importância histórica.

“Nós devemos ser capazes de sair agora com a esperança de sermos algo em torno de um milhão de Lulas, soma de todas as manifestações em todos os recantos do Brasil e do mundo, neste 1º de Maio mais importante das classes trabalhadoras brasileiras em toda a sua história. Seremos capazes disso?”, desafiou Guimarães, para uma plateia de centenas de pessoas presentes à Conferência Lula Livre – Vencer a Batalha da Comunicação, realizada pelo PT na manhã deste sábado (14) em São Paulo.

O professor pondera que nos governos do petista a ampliação de direitos e conquistas caminhou dissociada de um processo de construção de uma nova hegemonia política – sobretudo em virtude da necessidade de alianças com setores conservadores em nome da governabilidade. Mesmo assim, observa ele, não deixaram de representar uma referência histórica dadas as possibilidades de alcance a partir de uma batalha democrática.

Guimarães ressaltou a importância da mobilização para assegurar a liberdade de Lula. “A libertação de Mandela só foi possível quando os movimentos de seu país resistiram à repressão. A libertação de Lula só será possível se a campanha atingir um patamar incontornável de resistência à repressão. Se é legitimo ter a esperança, será ilusão se não construirmos razão politica nas ruas e agora”, pontuou. “A questão é sobre como construir a consciência e as vozes dessa campanha massiva, incontornável, irresistível, até a mais dura repressão. Ou teremos de nos conformar com Lula preso?”, desafiou.

“Lula foi, desde a criação do PT, nosso maior comunicador político. Única liderança que fala para dezenas de milhões, que pode fazer contraponto à Globo”, destacou. “Para a coalizão golpista, não era suficiente tirá-lo da eleição, prendê-lo, mas era necessário calar sua voz. E ele nos passou seu direito de voz publicamente. Tantos e tantas que falam por ele. Como entender e realizar tudo isso?”

Juarez Guimarães fez referência ao conceito de hegemonia, de Gramsci, contextualizando no atual cenário brasileiro. “A noção da formação de uma opinião publica democrática está no centro do coração da hegemonia”, apontou. “Dar voz pública, direito de falar e ser ouvido. Ninguém pode falar em nome dos que buscam a liberdade. É preciso atualizar o conceito de hegemonia em sociedades midiatizadas.”

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