O governo federal pretende acabar com o programa Mais Médicos, criado para levar profissionais de medicina aos lugares mais desguarnecidos do país.
A informação foi confirmada nesta quarta-feira (6) pela coordenadora do programa, Mayra Pinheiro. “O programa deverá posteriormente ser substituído por um novo modelo de provimento de profissionais para atenção primária”, disse ao UOL.
Pinheiro, no entanto, ressaltou que o fim do programa não é imediato, e que os profissionais que entraram nos últimos editais cumprirão normalmente os contratos, que têm duração de três anos. “O programa não se encerrou, todos os médicos completarão seus ciclos normalmente”, afirmou. “Estamos apenas enerrando o último edital onde todas as vagas dos cooperados cubanos deverão ser preenchidas por médicos brasileiros.”, disse Pinheiro à reportagem.
Sem novos editais, não está claro como será feita a reposição de profissionais no caso de desistência de médicos ou para vagas que fiquem sem se preencher. O UOL questionou o Ministério da Saúde sobre como a pasta procederá em caso das vagas remanescentes continuarem desocupadas, mas ainda não foi respondido.
Desde que o governo de Cuba rompeu com o Brasil no convênio que permitia a vinda de médicos da ilha para trabalhar no país, há dificuldades para o preenchimento de algumas vagas, especialmente em reservas indígenas e nos estados da região Norte.
Estima-se que, das 8.500 vagas deixadas pelos médicos cubanos no fim de novembro, ao menos 1.400 não foram preenchidas. O programa Mais Médicos foi criado em 2013, no governo Dilma, com o objetivo de levar médicos a regiões afastadas dos grandes centros ou nas periferias das grandes cidades. Depois da saída dos médicos cubanos, as vagas foram oferecidas, em um primeiro momento, para médicos brasileiros e, havendo sobras, a estrangeiros.
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