A retomada da economia e das aulas presenciais afeta principalmente as mulheres negras e mães solos.
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Na maioria dos estados, o recomeço das aulas está previsto para agosto, outros estão mais avançados e querem voltar antes. “O maior risco é que muitas mulheres estão perdendo a autonomia econômica e outras estão sendo obrigadas a criar situações pouco protegidas para as crianças pra poder conseguir trabalhar. Tudo isso por falta de uma política pública que garante o direito de voltar ao trabalho com tranquilidade, mantendo seus filhos seguros”, afirma a socióloga da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da CUT Nacional, Adriana Marcolino.
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Com a reabertura da economia, apesar da curva de contaminação em alta, muitas mulheres, principalmente as negras, estão tendo dificuldades em administrar emprego e a responsabilidade de cuidar dos filhos. “A retomada da economia sem pensar na realidade da mulher, que é a maioria na força de trabalho, vai prejudicar ainda mais a vida delas, principalmente as negras e mães solos”, complementa Adriana.
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Principalmente com a volta as aulas presenciais, o que preocupa é a falta de uma condição estrutural que possa oferecer uma volta mais tranquila para as escolas diante à pandemia do COVID-19. Sem uma política pública que vise ajudar as mulheres a manterem sua autonomia econômica, quem não pode deixar seu trabalho de lado vai se arriscar e ainda pode colocar os filhos em risco.
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