O aumento do desemprego e da média de tempo que um trabalhador demitido sem justa causa está levando para conseguir uma nova colocação neste período de pandemia do novo coronavírus foram determinantes para que a CUT e as demais centrais sindicais requeressem junto ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) o pagamento de mais duas parcelas do seguro-desemprego, além das atuais previstas em lei. Na reunião do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), realizada na última quinta-feira (16), a bancada dos representantes dos trabalhadores formada pela CUT, CSB, CTB, Força Sindical, e UGT apresentou a proposta para proteger o trabalhador demitido durante a pandemia.
Se aprovadas, as duas parcelas extras serão pagas somente aos trabalhadores demitidos a partir de 20 de março até o final deste ano, e apenas para os que têm direito de acordo com a legislação trabalhista. O auxílio emergencial de R$ 600 (R$ 1.200 para trabalhadora chefe de família) vai ser pago só até o mês que vem. E por isso, a proposta de ampliação do seguro-desemprego vai minimizar a perda de renda desses trabalhadores, que será muito grande, caso não seja aprovada.
Desde o início do ano, 3,9 milhões de trabalhadores formais pediram o seguro-desemprego, um aumento de 14,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A grande evolução do número de pedidos pode ser mensurada mensalmente. Em janeiro deste ano, 568 mil pessoas requereram o seguro. Três meses depois, em abril, subiu para 748 mil e no mês seguinte (maio) o salto foi para 960 mil.
A média do tempo em que um trabalhador procura emprego é de 18 meses, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e a pandemia pode fazer com que este prazo chegue até dois anos.
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