Na linha de frente da batalha, 316 enfermeiros já perderam a vida lutando contra a covid-19. O levantamento é do Observatório da Enfermagem, o instrumento criado pelo Cofen, o Conselho Federal de Enfermagem, para avaliar o tamanho do desastre sofrido pela profissão no Brasil. Sessenta e quatro por cento das vítimas são mulheres, maioria no ofício. A maior parte dos óbitos ocorreu na região Sudeste (35,4%), seguida pelo Nordeste (27,2%) e o Norte (21,5%). Sozinho, o Brasil responde por 30% das mortes de enfermeiros no planeta.
Como há mais de 16 milhões de contaminados no planeta, cerca de 1,1 milhão seriam profissionais de saúde. Seguindo-se o monitoramento do Observatório de Enfermagem, 29.609 enfermeiros, técnicos e auxiliares contraíram o coronavírus. Deste total, 12.994 estavam em quarentena e 200 internados. São Paulo também lidera aqui com 4.915 profissionais de enfermagem infectados desde março. Segue-se o Rio de Janeiro com 4.239, mais a Bahia com 3.428. Vale atentar para o avanço da covid-19 entre os enfermeiros no Sul do país. O quarto estado com mais casos é o Rio Grande do Sul (1.993) e o quinto, Santa Catarina, com 1.708.
Apesar do patamar de 2,4 mortes a cada 24 horas, o Cofen notou uma queda nos óbitos dos profissionais do setor durante julho na maior parte do país. A melhoria estaria relacionada “à maior disponibilidade de EPIs (equipamentos de proteção), à capacitação dos profissionais para usá-los e ao afastamento dos que integram o grupo de risco”. Na contramão da tendência, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso assinalaram um aumento de 100% no número de mortes em relação a junho.