O estado de São Paulo tem hoje (22) o maior número de pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) com covid-19 de toda a pandemia: 6.387. O recorde anterior havia sido registrado 14 em julho de 2020, quando havia 6.173 pacientes nessa situação. Após uma leve queda nas internações diárias, que levou o governo de João Doria (PSDB) a afrouxar medidas mais rígidas antes de qualquer efeito real, 10 das 17 regiões do estado têm tendência de alta no indicador. Apenas ontem, foram registradas 1.667 novas internações no estado e 849 na Grande São Paulo, a pior situação nas últimas quatro semanas.
O governo Doria tem difundido uma ideia de controle da pandemia em São Paulo, devido a uma pequena queda nas taxas de ocupação de UTI para pacientes com covid-19, entre o final de janeiro e o início de fevereiro. No entanto, essa queda se deu, principalmente, por um aumento na oferta de leitos, desde janeiro. E não por uma queda significativa no número de pessoas que necessitam de internação. No início de janeiro, o estado tinha pouco mais de 7.800 leitos de UTI para pacientes com covid-19. Hoje são 9.076. Um aumento de aproximadamente 16,4%.
O governo Doria tem agido com a lógica de conviver com a pandemia e garantir que as pessoas que precisarem terão atendimento médico. No entanto, esse caminho também é uma política de aceitar um elevado número de mortes.
Com isso, o número de mortes por covid-19 em São Paulo, que está em patamares elevados desde o início de janeiro, deve crescer ainda mais. Desde 9 de janeiro a média diária de mortes está acima de 200. Toda semana, são mais de 1.500 vidas perdidas. O número de óbitos, normalmente, é impactado duas a três semanas após o aumento nas internações.